livretos e publicações
Redescobrindo Espaços: a brincadeira
e a aprendizagem na escola e na cidade
Como trabalho final de graduação (FAUUSP, 2021), sob orientação de Marta Bogéa, adentrei esferas de interesse que já caminhavam comigo há algum tempo: o brincar e o aprender. Pensando em espaços cotidianos em que uma criança frequenta e olhando ao redor, busquei compreender um pouco mais dessas atmosferas de maneira territorial, olhando para a a escola e a cidade.
Redescobrindo espaços: a brincadeira e a aprendizagem na escola e na cidade foi também uma descoberta dos meus próprios espaços de convivência uma vez que foi realizado durante a pandemia do Covid 19. Assim, para além de uma pesquisa formal, voltada às bibliografias do tema, em que Paulo Freire, Mayumi Watanabe e Francesco Tonucci eram de grande inspiração, senti o desejo de estar em contato, de tecer vínculos, de construir pontes colaborativas.
Então, para além da exploração teórica, uni o apreço aos livros e à literatura dedicada às infâncias, e concebi, por entre muitos pares de mãos, dois livretos ilustrados “Quintais da Cidade: um convite para brincar” e “O Pátio e a Praça: um convite para brincar”. A construção dos livros é exposta no caderno da monografia, processo em que contei com algumas crianças, em que nos comunicávamos por meio de cartas e telefonemas, suas respectivas família e alguns outros profissionais que me ensinaram a fazer um livro ilustrado.
O trabalho viajou um tanto e chegou na França, onde foi apresentado no simpósio “Megalópoles, metrópoles, cidades no campo, cidades em declínio: que imaginações para a cidade de amanhã?" da Escola Nacional de Arquitetura de Saint-Etienne, 2021.
São Paulo, Brasil, 2021

Convites para Brincar
Como mencionado anteriormente, os livros Quintais da Cidade: um convite para brincar e O Pátio e a Praça: um convite para brincar foram concebidos como trabalho final de graduação.
Por meio de uma narrativa exploratória, o intuito dos livros era possibilitar, por meio de atividades, um novo olhar sobre esses espaços cotidianos que a criança já habita, mas que podem ou não serem de apropriação. As propostas, portanto, almejam um lugar de (re)conhecimento, de identificação, o “sentir-se como em casa”, nos demais ambientes que a circunda. As narrativas e atividades, que também davam um gostinho para que saíssemos logo às ruas, trazia reflexão crítica abordada também na exposição teórica do trabalho como um todo: considerando que, uma vez se sentindo parte de seus arredores, as crianças caminhariam por en-tre as sensações de autonomia, de protagonismo e de apropriação de suas subjetividades quando refletissem sobre como é viver em sociedade e nos moldes que nos são colocados - e que ainda pouco as consideram.
Assim, a tentativa foi de possibilitar uma nova perspectiva, uma outra presença de corpo, de sensação, de compreensão, das crianças em suas respectivas escolas e bairros, buscando demonstrar que um ambiente saudável para uma criança, e saudável sendo visto de diversos aspectos, também seria um lugar mais confortável para toda gente, independente da idade.
Os livretos foram concebidos como cadernos de exploração, em que um lado haviam a narrativa, as atividades e a carta destinada aos mediadores, e do outro, espaço aberto e amplo para registro.
colaboração: Quintais da Cidade foi ilustrado por Guilherme Lira e O Pátio e a Praça, por Bruna Martins.
São Paulo, Brasil, 2021

Tecendo a Manhã,
de João Cabral de Melo Neto
Sob orientação de Clice Mazzilli, o livro sanfona, formato já designado, foi concebido com a pergunta de como seria possível ilustrar visualmente os efeitos possíveis de uma narrativa em movimento, cuja progressão, a repetição e a fluidez eram consideradas premissas. Além do formato, outra questão que ia de acordo com a materialidade do livro foi a escolha pelo tipo de ilustração: foram confeccionados carimbos em borracha e madeira para que alguns dos efeitos pretendidos pudessem ser afirmados.
Assim como a curiosidade pelo potencial dos carimbos, o poema “Tecendo a Manhã”, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, foi escolhido pelo apreço pessoal de anos, mas também considerando que, por meio de figuras de linguagem, do imaginário que permeia e pelas nuances em que toca, o poema tece uma manhã, oriunda do canto de muitos galos, podendo ser também representação do que os recursos visuais buscavam articular.
São Paulo, Brasil, 2015




